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Carlos Carujo, eleito pelo Bloco de Esquerda na Assembleia de Freguesia de Queluz fez a seguinte intervenção na Assembleia de Freguesia de Queluz a 30 de Junho de 2008:
Numa altura em que estamos a entrar no último ano do nosso mandato podemos já fazer um primeiro balanço.
Em primeiro lugar um balanço da fraca participação de fregueses nas reuniões da Assembleia de Freguesia.
É dever de todos nós contrariar esta tendência à pouca participação. Este é, obviamente, um problema geral que atravessa as democracias e só um grande empenho em programas como Agenda 21 pode começar a resolvê-lo.
No entanto, trabalhar para evitar isto passa, não só mas também, por publicitar melhor as reuniões. Quem olhar hoje para a página principal da Junta de Freguesia não encontra lá informação sobre esta Assembleia. Quem vá ver a agenda da Freguesia, na mesma página, também não encontra lá qualquer informação. Os placards da junta têm os ofícios e convocatórias devidos mas são lidos por poucos e são quase ilegíveis… (neste sentido reitero uma intervenção feita numa Assembleia anterior pelo vogal Gil Ferreira (BE) que sugeria o uso, por exemplo, de placards electrónicos para divulgar informação sobre a freguesia).
Por outro lado, quem leia esta ordem de trabalho provavelmente não se sentirá muito cativado a participar. A maioria que governa a freguesia entende resumir as Assembleias de Freguesia à apresentação de contas, defendendo uma ideia minimalista do que é uma Assembleia de Freguesia que estaria apenas destinada a ouvir os balanços das contas e não a discutir os problemas centrais da freguesia.
É porque temos um entendimento mais lato do papel da Assembleia de Freguesia que nos esforçamos por introduzir nas Assembleias moções e propostas que discutam a freguesia e os seus diversos problemas. É também por isto que apresentámos propostas para a concretização de grupos de trabalho (sobre a Agenda 21 e sobre a construção do Centro de Saúde de Queluz) que, ambos, tiveram um trabalho positivo.
Em segundo lugar um outro balanço deve ser feito nesta altura: o de alguns dos compromissos centrais assumidos pelos partidos do executivo na altura das eleições.
Vou escolher três desses pontos para pedir alguns esclarecimentos:
- o prolongamento do metro até Queluz. O governo é do mesmo partido do que a maioria do executivo, gostaria de saber se foram efectuadas diligências para que este compromisso eleitoral se efectivasse e em que estado está tal projecto.
- a 3ª e 4ª fase do parque Felício Loureiro (prolongamento do parque seguindo o rio Jamor até Belas). Não sei se há concordância com a Câmara Municipal neste aspecto mas gostaria de saber também em que estado está tal projecto.
- Outro ponto está no programa eleitoral do PS que defendia: “propor aos operadores de transporte público a criação de novas carreiras e circuitos e o aumento da frequência das carreiras existentes”
O problema dos transportes públicos é cada vez mais central, também gostaria de vos ouvir quanto a ele e quanto à existência ou não de estudos de acessibilidade, de tarifas e de levantamento de necessidades de transportes públicos na freguesia.
Certamente a junta terá feito as diligências a que se propôs, gostaria de conhecer os seus resultados práticos e de conhecer a vossa posição sobre as concessões destes serviços públicos: contratos que não servem as populações devem ser mantidos?
O grupo do Bloco de Esquerda nesta Assembleia apresentou ainda uma moção de recomendação às Juntas sobre a necessidade de uma campanha de esclarecimento dos cidadãos imigrantes sobre o direito ao voto e outra campanha dirigida ao jovens cidadãos nacionais descendentes de imigrantes – a segunda/terceira geração – para promover a sua participação eleitoral.
O grupo interveio ainda no sentido de defender a construção do novo centro de saúde de Queluz, de questionar a continuação da discriminação de cidadãos não nacionais nos prémios monetários das provas desportivas por si organizadas – o que contraria um programa do próprio governo.
Fonte: BE Sintra
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